A Comissão de Constituição e Justiça aprovou o projeto de lei (PL 5418/23) do deputado Yury do Paredão (MDB-CE) que transforma o Reisado em patrimônio cultural brasileiro, como uma forma de preservar e incentivar essa forma de arte popular.
Também chamada de Terno de Reis ou Folia de Reis, a festa comemora a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus, começando na véspera de Natal e terminando na data em que os reis teriam chegado a Belém, 6 de janeiro.
O costume chegou ao Brasil na época colonial, em que o território era colônia do Império Português. Tradicionalmente, os participantes se fantasiam e visitam casas nas fazendas e nas cidades em que há presépios montados. Durante a caminhada, os brincantes, ou caretas, cantam e tocam instrumentos como violão, sanfona, pandeiro, chocalhos e zabumba.
Favorável à proposta, a deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou o papel da Folia de Reis para integrar as pessoas em suas comunidades e transmitir conhecimentos e tradições.
"Por meio dessa manifestação, as comunidades encontram formas de expressar sua devoção religiosa, fortalecendo o laço de solidariedade e identidade cultural. Além disso, o Reisado promove a inclusão e a participação ativa das comunidades locais, envolvendo músicos, dançarinos e devotos em um rico espetáculo de fé e tradição."
Erika Kokay também chamou a atenção para a variedade de formas diferentes como o Reisado é comemorado em diferentes locais do Brasil, com músicas e personagens variados. Ao mesmo tempo, a deputada entende que a festa é um elemento que une as diferentes culturas regionais em uma celebração importante para a identidade nacional.
"A diversidade de rituais, músicas, danças e encenações presentes no Reisado reflete a riqueza cultural do Brasil, evidenciando as múltiplas influências culturais que moldaram a nossa sociedade ao longo dos séculos."
Para tornar oficial o título de patrimônio brasileiro, a proposta ainda deve ser aprovada no Senado.
O Reisado já patrimônio imaterial dos estados de Minas Gerais e Pernambuco, mas também é uma tradição forte em outros estados do Sudeste, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, e do Nordeste, como Bahia, Ceará e Sergipe.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Karin Santin.
